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Historinhas #1

 Quando eu era criança, minha prima me fazia de boba o tempo todo. Eu era realmente bem bobinha (assim como toda criança), viajava demais na imaginação, chorava por qualquer coisa, ela se aproveitava. Minha prima pedia pra que eu segurasse o tênis que ela estava calçando pra ele não fugir, isso pra que eu não fosse mexer nas coisas dela no quarto. Algumas dessas memórias são até que engraçadas. Uma vez ela estava estendendo roupa no varal e eu na volta como sempre tentando chamar a atenção da prima mais velha, então ela larga a história de que se a gente pendura uma cueca e uma calcinha muito perto uma da outra, no outro dia vai ter uma fralda pendurada ali. Até hoje eu cuido pra não pendurar calcinhas e cuecas muito próximas. No mesmo prendedor então, nem pensar. Vaiqui, né?

Vizinhos

Eu que queria a calma de uma primeira hora, de um céu de verão, acordo de novo sobre o chorar triste da chuva batendo na janela. Tudo anda complicado e estranho nesses dias. As pessoas passam transbordando suas dores nas ruas, vazias de sonhos. E todos são meus vizinhos agora, todos moram do meu lado forçados a serem vizinhos de estranhos e a depender da sua compaixão. As crianças dependem da atenção de quem não conhecem e engolem o choro para serem fortes por aqueles que se alimentam na distração do seu cuidado, na distração da ordem do dia.  A ação do dia segue seu curso como os rios que mudaram de lugar e eu olho pela janela esperando que essa chuva pare, esperando que o sol se espalhe novamente no lindo céu azul da canção.

deserto e sol

escancarada, em carne viva perdi o rumo de certo perdida a noite e a brisa agora tudo é tão claro deserto e sol tudo é tão claro declaro morto e só 30/11/23

convite

vem tomar um café comigo ali fora,  o sol tá tão lindo o presente nos devora.  quero olhar tudo em volta como a criança que um dia eu fui  e trazer paz ao corpo enchendo meu rosto de luz,  porque ainda temos tanto, esse tanto que cabe em nós  é muito maior que qualquer pranto que possa vir depois.

happy place

count the steps, the threes and falling leaves feel this moment bringing back your peace your happy place is here right inside of you

It's ok

It's ok to feel afraid  It's ok to take a step back  If you breath sometimes  It's a way to stay alive   It's ok by Cissa Laval

27/02

já é quase dia o mesmo dia todo ano não conto mais já quase não faço planos cada dia parece mais longe e esqueço o que eu disse antes uma luz amarela a mais no doce posto á mesa meu tempo parou o momento é eterno agora como se não existissem anos dias meses e horas meu passado já não condena mais meus dias seguem em paz como se todos fossem meramente iguais Não é triste essa canção que esquece a vida passada não é que todo o nada se separou de mim abraço o mar e nele entrego todos os problemas tudo que cabe em um poema e as lutas sem fim sou soprada com o vento e lamento quem não entende o calor que traz essa corrente de saber quem eu sou abraço o mar e nele entrego toda a sorte que tive todas as magoas que vivi ser feliz é um dom