Nada mudou
Pra você nada mudou Sua falta de empatia Seu abandono para o coletivo Seu senso de responsabilidade Sua ética Pra voce não mudou nada Sua paz, você diz, continua ambíguamente abalada, Mas seu sono não se altera Porque se embala por certas certezas, Imutáveis e arrogantes. Pra você nada mudou Pra mim? Bem, eu continuo trancafiando meus medos Me trancafiando em casa enquanto você passeia em passeatas descabidas E comemora com os amigos Novos anos de vida. Você passeia pelos parques como se tivesse direitos Mais direito que os meus Mais direitos que qualquer um, Seus iguais, Mais direitos que seus proprios iguais Seus pares já não te aguentam mais, Sua falassa pobre e sem coerência Pra você nada muda E você continua cobrando as mudanças que não faz em si A etica que não tem E a compreensão que não oferece A ninguém mais além de você.