Vizinhos

Eu que queria a calma de uma primeira hora, de um céu de verão, acordo de novo sobre o chorar triste da chuva batendo na janela.

Tudo anda complicado e estranho nesses dias. As pessoas passam transbordando suas dores nas ruas, vazias de sonhos. E todos são meus vizinhos agora, todos moram do meu lado forçados a serem vizinhos de estranhos e a depender da sua compaixão. As crianças dependem da atenção de quem não conhecem e engolem o choro para serem fortes por aqueles que se alimentam na distração do seu cuidado, na distração da ordem do dia. 

A ação do dia segue seu curso como os rios que mudaram de lugar e eu olho pela janela esperando que essa chuva pare, esperando que o sol se espalhe novamente no lindo céu azul da canção.

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