Eu que queria a calma de uma primeira hora, de um céu de verão, acordo de novo sobre o chorar triste da chuva batendo na janela. Tudo anda complicado e estranho nesses dias. As pessoas passam transbordando suas dores nas ruas, vazias de sonhos. E todos são meus vizinhos agora, todos moram do meu lado forçados a serem vizinhos de estranhos e a depender da sua compaixão. As crianças dependem da atenção de quem não conhecem e engolem o choro para serem fortes por aqueles que se alimentam na distração do seu cuidado, na distração da ordem do dia. A ação do dia segue seu curso como os rios que mudaram de lugar e eu olho pela janela esperando que essa chuva pare, esperando que o sol se espalhe novamente no lindo céu azul da canção.
Caminhamos entre pedras, fogo Felizes e aliviados por não sabermos de nada Caminhamos para o incerto certos de que nada nos atingirá A vida se faz cada dia mais insana o mundo cada dia mais absurdo revolta de uma causa sem motivo barulho por nada Silêncio por tudo http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/policia-divulga-nome-e-idade-de-oito-vitimas-do-tiroteio-em-escola-do-rio.html
Quando eu era criança, minha prima me fazia de boba o tempo todo. Eu era realmente bem bobinha (assim como toda criança), viajava demais na imaginação, chorava por qualquer coisa, ela se aproveitava. Minha prima pedia pra que eu segurasse o tênis que ela estava calçando pra ele não fugir, isso pra que eu não fosse mexer nas coisas dela no quarto. Algumas dessas memórias são até que engraçadas. Uma vez ela estava estendendo roupa no varal e eu na volta como sempre tentando chamar a atenção da prima mais velha, então ela larga a história de que se a gente pendura uma cueca e uma calcinha muito perto uma da outra, no outro dia vai ter uma fralda pendurada ali. Até hoje eu cuido pra não pendurar calcinhas e cuecas muito próximas. No mesmo prendedor então, nem pensar. Vaiqui, né?
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